Insalubridade com Escória de Thomas: O Que É Isso? 

A NR 15 foi elaborada na década de 70 e, com o passar do tempo, alguns enquadramentos de insalubridade presentes no anexo 13 tornaram-se ultrapassados, como o enquadramento de Telegrafia. No entanto, outros enquadramentos carecem de uma descrição mais detalhada, gerando dúvidas sobre como classificar determinadas situações. Esse é o caso da Escória de Thomas.  

Acompanhe este artigo para entender mais sobre esse assunto. 

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O que é insalubridade? 

Insalubridade é uma condição de trabalho que o trabalhador está exposto a agentes nocivos à saúde, sejam eles de natureza física, química ou biológica, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelas normas regulamentadoras. 

O conceito de insalubridade surgiu da necessidade de proteger a saúde dos trabalhadores em ambientes de trabalho potencialmente perigosos. No Brasil, a insalubridade é regulamentada pela Norma Regulamentadora 15 (NR 15), que define os limites de tolerância para exposição a agentes insalubres e as condições que caracterizam a insalubridade. 

Dentro da NR 15, os agentes químicos são abordados principalmente nos anexos 11 e 13. O anexo 11, trata dos agentes químicos em que a insalubridade é definida pela exposição ocupacional acima dos limites de tolerância para determinados produtos químicos. Por outro lado, o anexo 13 abrange outras atividades e operações insalubres, incluindo aquelas que envolvem a manipulação de certos produtos químicos que não estão listados no anexo 11. 

O que é a escória? 

A atividade industrial, geralmente, gera resíduos sólidos de difícil disposição, que representam um sério risco para o ambiente e o bem-estar das pessoas. 

Além disso, esses resíduos podem ser onerosos e trabalhosos para gerenciar, podendo, em alguns casos, inviabilizar o processo produtivo. No caso específico da produção de ferro e aço, a escória é um subproduto formado pela combinação de impurezas do minério de ferro com cal e outras substâncias adicionadas durante o processo de fundição. Esta escória é uma massa vítrea que pode conter metais, óxidos e outros elementos. 

A escória deve receber um tratamento ou destino adequado, sendo ideal integrá-la, se possível, a outra atividade essencial para o homem. Quando tratada corretamente, a escória pode ser utilizada em diversas aplicações, como na construção civil, para a fabricação de cimento e como material de enchimento em obras de infraestrutura. 

E o que é a escória de Thomas? 

Basicamente, as escórias podem ser classificadas em três tipos: escórias de alto forno, escórias de ferro-gusa (“open-hearth slag”) e escória básica ou de Thomas. A escória de Thomas é um subproduto do processo de fabricação do aço, conhecido pelo processo Thomas, utilizado principalmente para converter ferro gusa em aço. Essa escória era amplamente utilizada como fertilizante fosfatado devido ao seu alto teor de fósforo, apresentando teores de 12,5 a 22,8% de P2O5 solúvel em ácido cítrico. 

No entanto, a partir de 1975, com o emprego de minérios de ferro pobres em fósforo no Brasil, a escória básica produzida passou a conter apenas cerca de 2,2% de P2O5, o que limitou significativamente seu uso como fertilizante fosfatado. Devido a essa mudança na composição, a produção da escória de Thomas no Brasil foi cessada nos anos seguintes. Hoje, a escória de Thomas é raramente utilizada, especialmente na agricultura, sua principal aplicação anterior. 

Esse enquadramento ultrapassado é um exemplo ainda presente no anexo 13 da NR 15, indicando a necessidade de revisão e atualização das normas regulamentadoras para refletir as práticas e materiais atualmente em uso. 
 

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